terça-feira, 5 de agosto de 2008

Conto: Bomba-Relógio

Bomba-Relógio


Lá fora, o tempo é chuvoso e ruidosos trovões soam nas ruas desertas e escuras, iluminadas apenas pelo clarão dos relâmpagos. A forte tempestade assola a pequena cidade interiorana.

As ruas estão desertas, como se houvesse tido um toque de recolher. Em suas casas, os moradores ouvem a tempestade envolver cidade, com suas garras ferozes e vorazes.

Dentro de um banco, com apenas um segurança fazendo a vigia noturna, dois homens se escondem na penumbra, sem serem vistos pelo segurança. Eles deixam ali uma bomba-relógio, com um timer pronto para começar a rodar.

Eles saem tão rápido quanto entraram, sem serem percebidos. O timer começa a rodar os 60 minutos, pronto para mandar o banco para os ares. Ninguém vê nada e os dois homens somem na tempestade.

Lá fora, a tempestade aumenta, os trovões enchem o ar e o clarão dos raios ilumina até mesmo a mais intensa escuridão. As casas são iluminadas apenas pela mortiça luz das velas; o banco está às escuras, iluminado apenas pela fraca luz da lanterna do vigia.

Um mistério envolve o banco, dois homens misteriosos entram e deixam ali uma bomba-relógio, prestes a explodir. Ninguém suspeita de nada, ninguém vê nada, e o mistério aumenta.

Restando 20 minutos para a explosão, dois outros misteriosos homens chegam ao banco, também sem serem percebidos. Chegam com capas pretas, tanto para se protegerem da chuva, como para não serem vistos na escuridão.

Na rua, o ciclone chega ao seu auge.

Os dois homens misteriosos chegam ali para tentarem desarmar a bomba, evitando que tudo vá pelos ares. Restam-lhes apenas 15 minutos agora. Eles olham a bomba, para ver se há como desarmá-la.

10 minutos. Uma árvore cai ao lado do banco, sobre uma casa.

Eles olham e vêem que há três fios, sendo que um deles desarma a bomba. Um vermelho, um verde e um azul. Qual seria o fio certo a cortar, eles se perguntam.

4 minutos. Com um alicate afiado, eles se preparam para cortar algum dos três fios; 3 minutos, o timer corre e a indecisão aumenta; 2 minutos, o alicate está prestes a cortar um dos três fios coloridos; 1 minuto, eles decidem qual fio irão cortar.

Lá fora, a pequena comunidade enfrenta a sua pior tempestade, assustada e temerosa, a luz das velas dividindo espaço com o clarão dos incessantes relâmpagos, as vozes sendo abafadas pelos ruidosos trovões.

Restando dois segundos, os dois misteriosos homens pegam o alicate, e com um golpe rápido, cortam o fio verde.

O som da intensa tempestade é rompido bruscamente pela forte explosão, ouvida há quarteirões de distância; o fogo sobre aos céus, em meio à forte chuva; o clarão da explosão divide espaço com o clarão dos relâmpagos.

O segurança está morto. Os dois misteriosos homens tiveram toda a pele do corpo queimada e arrancada, restando-lhe apenas os ossos. Duas caveiras ali paradas, mortas, imóveis.

De repente, as duas caveiras se olham e uma diz à outra:

- Pois é parceiro, acho que cortamos o fio errado...

FIM

Por Leo :D

Nenhum comentário: